Como nasce um artista se não de sua capacidade de transpor, cultivando as belas artes, por meio de talento imensurável!? Essa minha percepção, é, aliás, ínfima perto do que realmente é um artista, afinal, é por meio de sua obra que torna-se imortal, atravessa o tempo, fazendo com que a humanidade reconheça sua história. É por meio da arte que gerações têm a oportunidade de se aproximar do passado com respeito aos povos e culturas. A arte expressa valores imensuráveis, arrebata sentimentos e valoriza costumes visando a construção de uma sociedade mais sensível aos seus semelhantes.
É com muito orgulho que na Biblioteca Central da Universidade Tiradentes, no Campus Aracaju Farolândia, preservamos grande parte da memória de Sergipe. Assim, toda a comunidade pode apreciar importantes peças artísticas, tais como as de José Lima dos Santos, mais conhecido como José Lima ou J. Lima. Baiano de nascença, se tornou carioca, praticamente, diante do tamanho reconhecimento que suas obras passaram a ter, consagrando-se como um dos maiores expoentes da pintura sacra no Brasil, em especial, no gênero de interiores de igreja. Mas foi em Sergipe que ele se sentiu acolhido e pôde chamar de lar, afinal, era onde residia a maioria dos seus irmãos e sobrinhos e aqui passou a fazer parte de nossa história.
Em Estância, grande berço da cultura sergipana, José Lima está eternizado na decoração da capela-mor da Catedral Diocesana de Nossa Senhora de Guadalupe e na Capela do Asilo Santo Antônio. Isto ressalta a sua temática religiosa, que possui beleza especial e que serve até hoje de referência para as novas gerações de artistas plásticos.
Ao centenário deste legítimo intérprete da Arte Sacra no País, registro aqui nossos sinceros agradecimentos, em nome de todos que fazem parte da Universidade Tiradentes, pela eloquência depositada em suas belas artes e pela sensibilidade artística de suas criações que lhe fez ser imortal em nossa história.
Jouberto Uchôa de Mendonça
Reitor da Universidade Tiradentes – Unit