Tema – Tela do interior da Igreja de São Francisco – Salvador – BA.
Autor da tela – José Lima dos Santos, … O Gênio.
Antes de descrever a obra de Arte, a pintura clássica de valor Universal, devemos ressaltar a Arquitetura, a Engenharia, com suas linhas mestras delineadas em perspectivas, paredes, arcadas, santuários, imagens, púlpitos, grades, os recipientes de água benta colocados na base das colunas maravilhosas (greco-romanas), o piso em xadrez, proporcionalidade de tamanhos e formas, tudo isto consubstanciado na nave central do tradicional e clássico barroco do quadro representativo da famosa e renomada Igreja de São Francisco da Boa Terra.
Como pintura clássica, vejo na citada tela, antes e acima de tudo, o grande Artista, o Gênio, a criatividade, o detalhe, a combinação de cores traduzindo um ambiente de penumbra, próprio de Igreja, reluzindo o dourado, e principalmente transportando até a alma do expectador a religiosidade, o silêncio, as orações, o respeito, a Divindade e a suntuosidade do tema, além de registrar, inclusive, a poeira da antiguidade, verdadeira testemunha da História.
Na fusão do “Engenheiro” com o “pintor clássico” nasce o “GÊNIO”, o grande humanista, capaz de produzir joias raras, que num momento de captação e rara inspiração transpõe para a tela todo o talento, o seu mundo interior, jorrando do seu espírito a luminosidade de sua inteligência privilegiada, brotando formas, cores, sombra, luz, linhas, perspectivas, ponto de vista, harmonia, etc. traduzindo o ARTISTA amadurecido, de extraordinário talento, trazendo a sua própria mensagem de paz, fraternidade, religiosidade, ocupando o seu lugar de honra nas Artes Plásticas Brasileiras.
Trata-se, consequentemente, de uma belíssima pintura, realizada com muito amor, com sua marca registrada, a marca que qualquer grande artista tem de trazer – forte, clara, vibrante, inconfundível – mas que, infelizmente, só a posteridade poderá aquilatar o valor inestimável de sua obra maravilhosa, somente comparável ao grande Mestre Presciliano Silva no passado recente e aos imortais pintores clássicos de todas as épocas.
Antônio Silveira Barreto
Aracaju – SE, 14 de junho de 1983